transmiti todos os meus lugares,
desde que o mundo é só água e palavras
... e morro na iluminura dos olhos.
avulsas, vícios,
e as qualidades das metáforas.
um dia disseram-me que a morte
era um ciclo prévio, que os dons cristalizamperfeitamente na memória
com auréola e senhora e a dor da confirmação.
nunca quis ser só distância,
sempre houve cavalos
seguindo em minha inutilidade prosperante,palavras comprometidas com toda a imitação
de sentimento e bicho.
sempre me esvaziei da responsabilidade
de semear o meu tempo,
cresci ajoelhado, em constante
transmissão efémera, em constante
importância assintomática.
depois soube que o tempo castiga
um silêncio em silêncio,
e então comecei a guardar as palavras.
Tiago Nené "Relevo Móbil Num Coração de Tempo"
Fotografia: Phillip Schumacher
Confesso que estou apaixonada pela escrita deste homem.