"E como me dá prazer inventar-me ao inventar-te, nesta impossível solidão que é ter-te, assim, tão impossivelmente só, sonho-te a sonhares os meus sonhos e eu os teus, juntando-os depois num sonho que fica sempre por sonhar."
José Manuel Arrobas
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
A IMPOSSÍVEL SOLIDÃO ( ou a confusão de ser eu)
É este o nome do livro que me vai fazer companhia... Escrito por José Manuel Arrobas
" Uma das mais fantásticas histórias de amor passadas numa cabeça"
Poema na contracapa do livro
Era uma vez uma Janela... IMPOSSÍVEL encontrar outra igual!!! Altiva e altaneira por entre as outras do seu bairro, Bordada de cantarias de pedra dura. Em alguns pontos bujardada pelo Sofrimento, noutras amaciada pelo Amor... As laterais duas rectas a apontar para o Infinito, a do topo arredondada a lembrar a Humildade... De madeira de pinho manso, já desgastada pelo Tempo, teimosamente pintada e repintada por dentro do encarnado rubro da Paixão, por fora do azul do Céu e do Mar, profundidade do Olhar... De dobradiças enferrujadas rangendo Músicas de muitas vozes... Os vidros...obsessivamente transparentes desvendam a Alma... Sem portadas ferrolhos e trancas, sempre abertas a quem passa... Entram cheiros de alegre rosmaninho, terra molhada de lágrimas sofridas, erva seca de pobreza envergonhada... hortelã fresca pingada com risos de crianças... Sente medos de ventos de discórdia, tempestades de desentendimento, furacões de desilusões, brisas suaves de vitórias... Vislumbra o amarelo forte da Amizade, a noite negra da Morte, as tonalidades acizentadas do Pânico...a luz brilhante do Espanto... Saboreia os morangos frescos da Ternura, a pimenta adocicada da partida, o amargo vinagre da Traição... Pobre Janela...vacila...encosta um pouco deixando apenas uma pequena fresta...corre as cortinas raiadas de Dor... a tranca é uma tentação... Não...Não...grita! aqui não entra a SOLIDÃO!
" Faz-nos falta a simpatia(...) precisamos de sorrisos abertos a que chamemos francos, de perguntas que acreditamos mostrarem genuíno interesse, de comentários triviais mas gratificantes, de abraços e beijinhos a despropósito(...)"
" Cresci a pensar que tudo se abrevia demasiado. Tudo parece apressado para mudar, apressado para acabar. E cedo desenvolvi a necessidade de travar o tempo, fazer com que se detivesse um pouco, guardasse melhor quanto somos e vivemos, nos guardasse."