A minha prima Carolina, de catorze anos, confessou-me com um olhar envergonhado que tinha dado o seu primeiro beijo. Não pude deixar de sorrir e ser cúmplice no olhar.
Não quis quebrar o encanto e a magia, mas gostava de lhe ter dito que o primeiro beijo nem sempre significa ser o primeiro. O primeiro beijo é aquele que é dado na pessoa certa, mesmo que não saibamos ou nem sequer imaginemos que é essa pessoa a certa. O primeiro beijo é aquele que não é esperado, é aquele que acontece depois do tocar de dois olhares que se desejam. O primeiro beijo é aquele que é roubado e deixa o outro sem respiração, porque o seu coração quase pára e deixa de bater e sente que é ali o seu lugar, naqueles lábios que sempre foram seus e que se uniram no momento em que o mundo deixou de existir.
O primeiro beijo pode acontecer muito, mas muito depois dos catorze anos...
Quando dado, nunca outro poderá substituí-lo!