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sábado, 23 de julho de 2011

Tentativa de crónica de sábado à tarde


Tenho vindo a aprender que a escrita, para além do treino, exige disciplina.
 Saramago era disciplinado, já eu terei que acrescentar um prefixo à palavra para me adjectivar.
Tenho vindo a aprender que o medo bloqueia e não deixa expandir. Tenho medo de ter medo.
Dar o primeiro passo é sempre difícil, para tudo. O segundo impulsionado pelo primeiro é desafiador. E os restantes são meramente calculados ou inconsequentemente dados.
Pois bem, encontro-me prestes a dar o primeiro passo. Como a criança que está prestes a balbuciar a primeira palavra. Expectantes os que esperam, a mim e à criança.
Esta é apenas uma crónica de sábado à tarde, repito, uma crónica de sábado à tarde, escrita por alguém que trocou uma sesta pela escrita e nada mais do que isso.
Tenho vindo a acordar com olheiras e isso preocupa-me. Quando era mais nova achava que ter olheiras era o máximo, dava um ar maduro e vivido. Não percebo porque tenho olheiras.
O café foi tomado no sítio do costume. Gosto dos proprietários. Sabem que eu gosto de torradas com azeite e que o croissant é só com queijo, sem manteiga. Não sabem o meu nome, cativam o meu sorriso.
Gosto do café dos sábados de manhã aqui. Gosto da mistura de gentes e olhares. Do cheiro das torradas e do café. Do cochichar das duas mulheres sentadas na mesa do canto, da satisfação do homem diabético que come o seu bolo sem sentimentos de culpa. Da criança que aponta para a vitrine na esperança que a mãe lhe compre o sumo energético que é colorido e apelativo.
O dia está quente e não corre o vento que gosto de sentir quando o cabelo está molhado e me permite sentir o cheiro a ervas do champô.
Comprei um livro. Li algumas crónicas enquanto o H. fazia o almoço, bife de perú com caril, leite de côco e maçã. O H. fá-lo muito bem. Escolhi um vinho verde para acompanhar.
Sinto a entrada do álcool no sangue e começo a divagar. Os olhos brilham e sonham. E sinto que de tão pouco se pode construir a felicidade.
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