Um Poema que pudesse morrer é o título que dá vida à crónica de Valter Hugo Mãe no Jornal de Letras.
Da leitura ficam gravadas no chão do pensamento passagens como estas
" Ando de mal com a poesia porque quando me deixo mais sozinho com ela me magoa todo, a fazer-me buracos na alma, a fazer-me buracos nos olhos. Vejo o mundo todo estragado por causa da poesia, porque quis sempre mais fantasia das coisas do que aquela que se permite e o ficarmos velhos não nos perdoa os sonhos diurnos, não nos perdoa sequer muita distracção.
Fico de mal com a poesia por me assustar, por me amaricar, por me atrasar, por me tirar da beira de quem sabe coisas muito exactas e conversa acerca das ciências e outros assuntos mais adultos."
" É uma metafísica algo pragmática, aquela de quem sonha mas desempenha o seu papel controlando os riscos da perdição."
" Por vezes, queremos ser outros, não para evitar sofrer, mas para sofrermos outras dores que não as nossas, por serem sempre as mesmas e nos cansarem."