A IMPOSSÍVEL SOLIDÃO
( ou a confusão de ser eu)
É este o nome do livro que me vai fazer companhia...
Escrito por José Manuel Arrobas
" Uma das mais fantásticas histórias de amor passadas numa cabeça"
Poema na contracapa do livro
Era uma vez uma Janela...
IMPOSSÍVEL encontrar outra igual!!!
Altiva e altaneira por entre as outras do seu bairro,
Bordada de cantarias de pedra dura.
Em alguns pontos bujardada pelo Sofrimento,
noutras amaciada pelo Amor...
As laterais duas rectas a apontar para o Infinito,
a do topo arredondada a lembrar a Humildade...
De madeira de pinho manso, já desgastada pelo
Tempo, teimosamente pintada e repintada por
dentro do encarnado rubro da Paixão, por fora do azul
do Céu e do Mar, profundidade do Olhar...
De dobradiças enferrujadas rangendo Músicas de muitas vozes...
Os vidros...obsessivamente transparentes desvendam a Alma...
Sem portadas ferrolhos e trancas, sempre abertas a quem passa...
Entram cheiros de alegre rosmaninho, terra molhada
de lágrimas sofridas, erva seca de pobreza envergonhada...
hortelã fresca pingada com risos de crianças...
Sente medos de ventos de discórdia, tempestades
de desentendimento, furacões de desilusões, brisas
suaves de vitórias...
Vislumbra o amarelo forte da Amizade, a noite negra
da Morte, as tonalidades acizentadas
do Pânico...a luz brilhante do Espanto...
Saboreia os morangos frescos da Ternura, a pimenta
adocicada da partida, o amargo vinagre da Traição...
Pobre Janela...vacila...encosta um pouco deixando apenas
uma pequena fresta...corre as cortinas raiadas de Dor...
a tranca é uma tentação...
Não...Não...grita! aqui não entra a SOLIDÃO!
Eugénia Horta e Costa
Escrever Galveias, ler Galveias
Há 2 semanas